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terça-feira, 23 de setembro de 2014

Inscrições em Unidades Curriculares - minhas opções - Mestrado

Como tenho recebido alguns pedidos de ajuda em relação às inscrições em Unidades Curriculares (o mesmo que Seminários, "disciplinas" ou "cadeiras", como eu as chamo). A inscrição, já de si, é um pouco confusa. Tem de ser feita online, pelo Sigarra (o sistema da FLUP). No meu ramo - Estudos Românicos e Clássicos, variante de Literaturas de Língua Portuguesa - temos que escolher 10 cadeiras para o 1.º ano, a serem distribuídas pelos dois semestres como o estudante preferir (?). Eu escolhi 5 em cada, sendo que no mínimo 3 delas tinham de ser do meu ramo e 2, de outros ramos. Alguns funcionários chamam as do ramo de "obrigatórias" e as outras de "optativas". Meu plano de estudos (após algumas alterações no início de cada semestre, que são possíveis, por norma, até a segunda semana de aulas), ficou assim:

1.º Semestre:

Poéticas Finisseculares - séc. XIX e XX - I (Variante de Lit. Port.)
Ruturas e Continuidades na Poesia Portuguesa Contemporânea - I (Variante de Lit. Port.)
Novíssimos: Poesia e Poéticas (Variante de Lit. Port.)
Literatura  Comparada: Questões e Perspectivas (Ramo de Estudos Comparatistas)
Tradução e Cultura (Ramo de Estudos Comparatistas)

2.º Semestre:

Geração de Orpheu (Variante de Lit. Port.)
Poesia e Filosofia no século XVI (Variante de Lit. Port.)
Ruturas e Continuidades na Poesia Portuguesa Contemporânea - II
(Variante de Lit. Port.)
Poética Clássica (Variante de Lit. Clássicas)
Estética Literária (Variante de Estética Literária)

A inscrição se torna complicada porque as pessoas com quem falamos normalmente falam de ramo e variante como sinônimos. Acabam por ser a mesma coisa na prática, realmente; mas o fato é que, no ramo que escolhi, a maior parte das cadeiras escolhidas tem de ser desse ramo (Estudos Românicos e Clássicos) que engloba seis variantes. O outro ramo é Estudos Comparatistas e Relações Interculturais e não possui variantes.

Os links nos nomes das disciplinas dão acesso aos trabalhos que fiz em cada uma delas. Tirei 18 em todos eles; a nota vai de 0 a 20. Normalmente, só é pedido um trabalho por disciplina, mas há professores que pedem outros trabalhos menores para complementar a nota ou consideram também a participação/apresentação oral em sala.

Também postei as minhas opções na época da mobilidade aqui.
Gostei muito de todos os seminários e agora estou na fase de escrita orientada da dissertação.

Desejem-me sorte ;-)


sábado, 20 de setembro de 2014

Novo Regime do Estudante Internacional

Em março de 2014, houve uma alteração no regulamento da entrada de estudantes estrangeiros em Portugal. Antes, podíamos fazer qualquer curso universitário pelo mesmo valor que pagam os estudantes portugueses - sim, aqui a universidade é paga, mesmo que seja pública (média de 1000€/ano) - e fazíamos exatamente o mesmo processo seletivo que eles - avaliação curricular e entrevista - durante o mesmo prazo.



Agora o estudante estrangeiro deverá pagar mais pelo mesmo curso, como já acontece em outros países, como nos Estados Unidos. A lógica deles é que como nós "não pagamos impostos" (apesar de pagá-los em tudo o que consumimos e até em documentos que temos de tirar), não podemos usufruir do financiamento público à educação. Passo a citar o texto do Decreto-Lei n.º 36/2014:

As instituições de ensino portuguesas têm vindo a atrair um número crescente de estudantes estrangeiros, quer em programas de mobilidade e intercâmbio quer através do regime geral de acesso. 

A captação de estudantes estrangeiros permite aumentar a utilização da capacidade instalada nas instituições, potenciar novas receitas próprias, que poderão ser aplicadas no reforço da qualidade e na diversificação do ensino ministrado, e tem um impacto positivo na economia.

Importa, pois, criar os meios legais adequados para que se possa reforçar a capacidade de captação de estudantes estrangeiros, através de um concurso especial de acesso e ingresso nos ciclos de estudo de licenciatura e integrados de mestrado ministrados em instituições de ensino superior públicas e privadas portuguesas, gerido diretamente por estas. (...)

Os estudantes admitidos através deste novo regime não serão considerados no âmbito do financiamento público das instituições de ensino superior. Em contrapartida, e de acordo com o previsto na lei do financiamento do ensino superior, as instituições públicas poderão fixar propinas diferenciadas, tendo em consideração o custo real da formação.

Para os estudantes internacionais oriundos dos países africanos de expressão oficial portuguesa será criado um programa especial de bolsas de estudo.

Na FLUP, o valor estava à volta dos 4000€. Não consigo acessar agora a página das candidaturas no site, mas vi que houve uma alteração de última hora: decidiram deixar o mestrado e o doutorado fora desse aumento por mais um ano, devido à proximidade da mudança com o período de candidaturas. Mas a licenciatura já foi incluída. Na U. Porto o Conselho-Geral deliberou que estudantes provenientes de países membros da CPLP terão 50% de desconto. Em Coimbra, o valor foi definido em 7.000€ (confira aqui) e eu não sei informar se há algum tipo de desconto, pois cada universidade tem autonomia para decidir como irá aplicar o Decreto-Lei.

Atenção: essa lei não se aplica sobre o estudante de Mobilidade/Intercâmbio (o chamado "Erasmus").  Nesse caso, somos isentos do pagamento de propinas, como eu também fui em 2011. Também não se aplica aos estudantes aceitos em anos anteriores (como eu, em 2013).

Essa alteração dividiu opiniões. Embora esse estatuto diferenciado seja prática corrente em outros países, acho que não é justo. Eles falam em "custo real da formação" e em impostos, mas nós temos custos dobrados em relação aos estudantes nacionais e também contribuímos. Além de pagarmos as propinas, temos todos os nossos gastos do dia-a-dia (aluguel, conta de luz, água etc., bens de consumo etc.) que revertem em contribuição para eles. Isso para não falar nas viagens que geralmente um estudante estrangeiro faz, fomentando o turismo, nem das deslocações para ver a família (com passagem comprada em Portugal, muitas vezes). Temos número de identificação fiscal como qualquer cidadão português. Não vejo como um aluno só pode custar tanto a uma universidade, sendo que no Brasil tanto eu quanto meus colegas estrangeiros não pagávamos um centavo diretamente à faculdade.

Além disso, muitos portugueses têm deixado de frequentar o ensino superior justamente pelo elevado custo que recai sobre o estudante. Isso faz com que nós, estrangeiros, representemos uma grande parcela do alunado dos cursos. Muitas vezes aconteceu, durante as aulas, estarem presentes mais estrangeiros do que nacionais.

Talvez essa mudança afaste os estudantes estrangeiros; talvez não. Eu não sairia do Brasil para pagar tanto por uma formação no exterior. Na minha área, não me compensaria; tanto pela perspectiva de remuneração quanto pela qualidade de ensino que, no Brasil, é equivalente (principalmente na pós-graduação). Pode ser que estudantes de outras áreas considerem que vale o investimento. O que eu acho é que, se for para enriquecer o currículo, é suficiente a experiência de Mobilidade, que fica bem mais em conta.

Fica aqui apenas o registro para que ninguém seja pego desprevenido ;-)

sábado, 13 de setembro de 2014

Dirigir em Portugal



Se você quer dirigir em Portugal, o primeiro ponto em que precisa pensar é:

- Tempo de permanência no país / Tipo de estadia

* Até 90 dias / Turismo: pode dirigir com a CNH brasileira (válida)
* Até 1 ano / Turismo (não fixa residência): pode dirigir com a PID (Permissão Internacional para Dirigir)
* Até 185 dias / Residente: é o tempo que você tem, sendo residente, desde a entrada no país, para solicitar a Troca pela Carta de Condução Portuguesa.

CNH brasileira (permissão)
Pode dirigir com a Permissão (CNH provisória, de 1 ano de validade)? Não sei. Nunca consegui obter uma resposta exata para esta pergunta, porque aqui em Portugal já se recebe logo a carta definitiva (apesar de ficar três anos sem poder cometer infrações graves). O que me informaram pelo telefone do Detran-SP e no IMT-Porto foi que como é uma habilitação válida eu poderia, sim, dirigir, dentro daquele prazo dos 185 dias (já que eu sou residente). Foi o que eu fiz, mas nunca fui mandada parar, então não posso garantir o que o guarda diria.


Sobre a PID: eu não a tirei, pois fixei residência em Portugal. Contudo, sei que se tira no Detran do seu estado, antes de viajar. A validade da PID é a mesma da CNH. Só é vantagem em países que não aceitam a CNH mesmo no período de turismo. Para Portugal, não vejo como você passar mais de 90 dias sem ser residente, seja por visto de estudo ou trabalho. Mesmo que você só more por 6 meses ou 1 ano, já tem o seu cartão de residente.

Sendo assim, eu tive que pedir a Troca da CNH pela Carta de Condução portuguesa, o que não foi nada fácil (não tem sido, já que eu ainda não a recebi; só tenho uma Guia de Condução, válida até 03/2015). É preciso fazer o seguinte:

Ir ao Instituto da Mobilidade e dos Transportes (IMT, antigo IMTT) da sua área de residência (não pode ser qualquer um), munido dos seguintes documentos:

- CNH válida e definitiva + fotocópia dela (sim, você vai ter que entregá-la e só pode tê-la de volta no Brasil, caso volte a residir lá, fazendo o processo inverso);

- Uma foto de passe (3x4), colorida, com fundo liso;

- Fotocópia do documento de identificação pessoal e exibição do original;

- Atestado médico, somente neste modelo aqui, com vinheta (um selo que o médico cola). Tive que pagar 40€ por uma consulta particular, já que no posto de saúde só para marcar já estava difícil.

- Declaração de autenticidade da CNH, emitida pelo Consulado (no site do IMT diz que essa declaração pode ser emitida pelo Serviço Emissor [Detran], mas eu trouxe o meu prontuário do Detran-MA e este não foi aceito, nem que eu o autenticasse no Consulado). Como eu moro em Aveiro, tive que ir ao Porto (consulado mais próximo; só há no Porto e em Lisboa) só pra isso. Custou 15€ (o documento) e levou 1 semana para ficar pronto.

- Formulário Modelo 1 IMT;

- Taxa de 30€ (eu fiz por meio de uma Agência Automobilística e paguei 45€, porque fica mais perto da minha casa do que o IMT, mas é possível ir diretamente lá). O IMT de Aveiro fica em Esgueira.

No site do IMT também diz ser possível dar entrada no processo em Lojas do Cidadão.

É isso, agora dirijo com um papel no porta-luvas até que a Carta chegue pelo correio. Quando chegar, atualizo o post pra dizer quanto tempo levou. 


Quanto às regras, são basicamente as mesmas, já que Brasil e Portugal seguem a Convenção de Viena. A sinalização é um pouco diferente porque segue um padrão europeu, como nos casos abaixo, mas nada que confunda muito:

Estacionamento (para pessoas com deficiência)

Em suma, não tenho problemas para dirigir aqui =) e olha que sou uma medrosa ;-) e recém-habilitada. No início estranhava um pouco a lógica das estradas, porque em São Luís é tudo mais reto e plano, mas com o tempo me acostumei.

Detalhe importante: eu só dirijo agora que não moro mais no Porto, porque morando em grandes cidades você não precisa mesmo de carro. O transporte público é muito bom e barato. Posso até fazer outra postagem sobre isso.

Qualquer dúvida, é só deixar um comentário. Boa sorte!